Publicada por Filipe Pereira Em 09:30
Vou tentar de maneira muito sintética tratar do que poderia designar como última consequência de uma longa luta pela “sobrevivência” e afirmação num arquipélago predominantemente árido, de homens e mulheres, e porque não, de outros seres vivos, ali reunidos pelas condições históricas que modelaram a época do seu povoamento e exploração.

Por outro lado o estudo de um número de documentos sobre a história de Cabo Verde, desde a época em que as ilhas foram descobertas pelos navegadores portugueses, até aos tempos actuais, passando pelo período colonial e pela transição para a independência.

A questão da identidade atingiu o seu ponto mais crítico quando o povo cabo-verdiano foi colocado perante as opções impostas pelo colapso do sistema colonial português e pela ruptura dos laços seculares que o ligavam ao que era então por ele concebido com a mãe-pátria, a metrópole, o centro das decisões fundamentais sobre a sua vida política, mas também a fonte de recursos para a sua necessidade crónica de ajuda externa, sendo a auto-suficiência algo tão difícil de atingir então, como agora.

Esta inter-relação secular criou, naturalmente, os seus vínculos próprios, ela não impediu, todavia, o desenvolvimento de uma cultura local com características próprias, que viriam reflectir-se nos hábitos e costumes dos insulares, bem como na formação de uma língua nova, o que já marca uma certa distância da metrópole colonial.

Ao mesmo temo, no entanto, os traços culturais herdados da Europa mantiveram-se numa coexistência surpreendentemente tolerante - mutuamente tolerante - com a componente étnica africana da sociedade em desenvolvimento nas ilhas. As características europeias parecem ter deixado marcas mais profundas numas ilhas do que noutras, sendo os traços africanos mais evidentes também nessas do que nas noutras, ambas as contribuições étnicas estão presentes em toda parte nas ilhas de Cabo Verde, e o que parece prevalecer, para além das diferenças de origem, é uma nova entidade que emergiu desta longa associação entre africanos e portugueses às subsequentes formas de relacionamento entre as diferentes camadas que formavam o tecido social cabo-verdiano.

Pelo facto de ser povoado por diferentes povos, Cabo Verde possui uma miscelânea cultural muito grande, mistura essa que é visível não só na cor da pele, mas também nos trajes, na culinária, sotaques e no modo de viver em geral, embora próximas uma das outras têm algumas diferenças culturais.

Assim a população das ilhas situadas mais ao sul do arquipélago, permanecem mais fiéis as manifestações africanas, enquanto as mais a norte já não são tão enraizadas na cultura do continente. Na composição etária, 70% da população está abaixo dos 30 anos. As manifestações culturais mais comuns têm como base a dança e a música.

Dos ritmos musicais típicos, destacam-se o batuque, funaná, morna e a coladeira.

A culinária não podia ficar atrás nas origens. Muito diversificada, entre os pratos mais típicos destacam-se a "cachupa" e a "djagassida", ambos tendo como ingredientes básicos o milho e o feijão.

A religião predominante é o catolicismo, mas com alguns núcleos protestantes, espíritas e islâmicos.

A cultura crioula de Cabo Verde é registada por suas contribuições distintas na literatura e na música. As composições musicais melancólicas conhecidas como mornas e poesia de Crioulo são características.

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